Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga

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Avenida 2, n. 572 – Centro – CEP: 13500.410
Tel.: (19) 3534-3788

Horário de Atendimento/Agendamento de Visitas: 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00

Revitalizado e reinaugurado em 2019.

Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga também conhecido como Solar da Baronesa de Dourados

TRISTEZA NO ANO DE 2010 – Um incêndio, na madrugada do dia 21 de junho de 2010, destruiu totalmente o prédio onde funcionava o Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga. As causas ainda serão periciadas. O museu estava em reforma há anos, todo o seu acervo encontram-se reunidos em um Casarão, próximo à antiga Estação Ferroviária.

Significação histórica:

O Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”reverencia, homenageia e destaca uma das figuras expressivas da época dos Bandeirantes, que marcaram com letras douradas as páginas da nossa história, concretizada na expansão e conquista do território brasileiro. Suor e sangue coloriram as páginas inscritas em ouro, fizeram, o fundo, cujas cenas principais versavam em torno da sobrevivência e da ganância, da miséria e da riqueza, da bravura e das lendárias conquistas dos pretensos homens fortes dizimados pelas febres.

A escolha do nome de Amador Bueno da Veiga, cognominado “O CABO MAIOR DOS PAULISTAS NA GUERRA COM OS EMBOABAS”, para ser Patrono do Museu, deveu-se a sugestão feita pelo então Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Dr. Aureliano Leite, descendente em quinta geração da insigne personagem e grande estudioso da sua vida e da sua obra.

Nos nossos dias, a figura do Bandeirante novamente percorreria o caminho de volta ao sertão, desta vez, historicamente fazendo destaque a morada dos campos de Indaiás, atrás do Morro Azul, próximo às margens do Ribeirão Claro.

Caminho e paragens de grandes conquistas, Rio Claro foi assim distinguida, além do que ofereceu esplêndido local para a sua instalação: o centenário “Sobrado da Baronesa” feito a taipa de pilão em 1863 pelos escravos de José Luiz Borges, Barão de Dourados, para com sua esposa Amalia Carolina de Mello Oliveira vir residir no importante centro urbano.

Um século depois, 1963, o velho casarão, a nova moradia de Amador Bueno da Veiga, viria a ser tombado como Patrimônio da União, para receber o Museu que integrou a rede de Museus Históricos e Pedagógicos do Estado de São Paulo, cuja fundamentação em lei releva os ítens:

“considerando que, destinando-se os referidos museus à coleta e preservação de material histórico nacional e municipal, bem como ao estudo dos períodos históricos paulistas, notadamente o colonial, cujo exame em profundidade é de fundamental interesse para a interpretação da formação nacional, a sua criação é um imperativo da hora presente;

considerando que se destaca nessa fase histórica da Capitania o glorioso episódio em que foi parte principal a figura heróica de Amador Bueno da Veiga, o Cabo Maior dos Paulistas na afirmação do sentimento nativista;

Art. 1º – Fica a Secretaria da Educação autorizada a instalar na cidade de Rio Claro, nos termos do Decreto nº 33.980, de 1958, o Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”.

As providências necessárias foram então tomadas, para o que concorreram autoridades locais, estaduais e federais, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Governo do Estado de São Paulo, através da Divisão de Museus, então pertencente à Secretaria da Educação, a Prefeitura Municipal de Rio Claro, através de seus vários Departamentos, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, através do seu Departamento de História, bem como cidadãos rio-clarenses e interessados na preservação e no estudo da nossa história.

Assim, logo depois desse Decreto Estadual autorizando a instalação do Museu, a vinte e seis de dezembro do mesmo ano, pela Lei Municipal nº 835, a Prefeitura Municipal de Rio Claro cede ao Governo do Estado de São Paulo, por vinte anos prorrogáveis, o uso do prédio da Avenida dois, número quinhentos e setenta e dois, o “Sobrado da Baronesa”, para a sua instalação.

Já em dezoito de dezembro de 1963, depois de receber parecer favorável do Engenheiro Dr. Luiz Saia, Chefe da Quarta Secção do SPHAN(Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), era o “Sobrado da Baronesa”, grande patrimônio, assentado no Livro do Tombo Histórico, inscrição nº 364, fls. 59, processo 683 – T – 62, o que o transformava, então, em monumento nacional.

Uma história gloriosa guarda o velho casarão, erguido exatamente um século antes do seu tombamento, que então se processava. Traz, ainda hoje, na bandeira original da porta de entrada, a data 1863, e as iniciais do responsável pela sua existência, José Luiz Borges, Barão de Dourados.

Terminada a sua construção, José Luiz Borges e sua esposa não vieram nele residir. Por motivos que as pesquisas não revelaram, não puderam deixar a fazenda onde moravam. Foi o prédio alugado para ser o Grande Hotel D`Oeste, que mantinha na parte inferior do sobrado um armazém com o mesmo nome.

Já destacada cidade, Rio Claro comportava e sustentou por vários anos aquele representativo estabelecimento.

Conta a tradição oral que em determinada noite, passando pela cidade a Senhora Amalia Carolina de Mello, vendo a bela mansão toda iluminada, apresentando um ótimo aspecto, pediu ao marido que rescindisse o contrato com o Hotel D`Oeste. Vieram então, residir na cidade. O Barão faleceu em 30 de dezembro de 1893, conservando-se no prédio sua esposa e filhos até fins do ano de 1908, quando se transferiram para São Paulo. Amália Carolina faleceu em primeiro de outubro de 1910.

José Luiz Borges e Amália Carolina de Mello Oliveira foram pessoas marcantes na vida Rio-clarense. Ele possuía as fazendas “Covetinga”e “Cantagalo”, situadas no bairro de Santa Cruz das Invernadas, hoje Ipeúna e no município de Dourado. Participou ativamente da vida política da cidade, sendo eleito vereador pelo Partido Conservador Monarquista em 1861. Foi fundador e tesoureiro da “Irmandade do Santíssimo Sacramento”, associação organizada nesta cidade a 4 de abril de 1847. Foi o fabriqueiro da Matriz de São João Batista, isto é, foi o encarregado da fábrica de um igreja, o que quer dizer ter sido administrador dos bens da paróquia.

Em 28 de março de 1885, juntamente com mais trinta e seis pessoas fundou a Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro, da qual foi o primeiro provedor. Por todos os serviços à causa pública foi agraciado pelo Imperador D. Pedro II, em 13 de agosto de 1889, com o título de Barão de Dourados.

Amália Carolina de Mello Oliveira, tornada então Baronesa de Dourados, era por sua vez, filha de José Estanislau de Oliveira, Visconde do Rio Claro, que também participou da vida pública rio-clarense, sendo ele o Primeiro Presidente da Câmara Municipal.

O prédio, portanto, que abriga hoje o Museu Histórico e Pedagógico, não só é um dos monumentos oitocentistas, exemplo de solução arquitetônica experimentada nas Fazendas de Café, como também abrigou uma das famílias mais influentes de Rio Claro.

Referências ainda incertas afirmam que descendentes do Barão ocuparam o prédio até 1916. O certo é que, em 24 de setembro de 1922, se dá a inauguração no Sobrado, do Collégio Minervino e Escola de Commercio de Rio Claro. Assim, “…dirigido sempre pelo professor José Minervino, formado pelas Escolas Complementar e Normal Secundária de São Paulo, esse estabelecimento tomou impulso animador ao ponto de seu diretor ser forçado a anexar-lhe um internato”.

Para funcionar ali o Colégio Minervino, o prédio foi arrendado de Luiz Borges, filho do Barão de Dourados. O arrendamento durou de 1922 até o segundo semestre do ano de 1924, por escritura pública de vinte e um de abril, os herdeiros venderam o prédio ao Coronel Joaquim Ribeiro dos Santos, grande fazendeiro de café da região e homem bastante instruído.

A 2 de março de 1926, fez inaugurar ali o Instituto “Joaquim Ribeiro”. “Desejando perpetuar a vida da instituição, Joaquim Ribeiro e esposa criaram a Fundação, por escritura pública lavrada a 8 de maio de 1926 com o nome de Instituto “Joaquim Ribeiro”.

Pelo ato nº 115, de 23 de outubro de 1935, determinou-se a Instituição de um Ginásio Municipal, encampado o colégio da Fundação Instituto “Joaquim Ribeiro”. Essa encampação custou a Prefeitura Municipal apenas Cr$ 60.000,00, menos da metade da sua avaliação, pelo imóvel e terrenos de grandes proporções, inclusive instalação completa de um Ginásio em pleno funcionamento. A outra metade de seu valor constou como doação da própria Fundação.

Cumpria o velho sobrado mais uma parte da sua história. Desde o seu erguimento parecia ter sido feito para servir a população, tornando-se, mais ainda, com a encampação um patrimônio público.

Vieram ocupar as suas dependências duas repartições do Ministério da Guerra: em 1951 a Junta de Alistamento Militar e posteriormente o Tiro de Guerra 02-040. Ambas as repartições ocuparam o prédio até o ano de 1964. Muitos Rio-clarenses prestaram aí o seu serviço militar, usando também o terreno que vai até a avenida quatro. O Tiro de Guerra deixou o prédio quando lhe é providenciado a sua sede própria. Nesse mesmo ano a Junta de Alistamento Militar também deixa o local.

Em maio de 1967, a Prefeitura Municipal de Rio Claro iniciou a sua restauração. Essa parte dos trabalhos foi até junho de 1968(….)

(…)

A fim de reencetar as suas atividades e tirar definitivamente o Museu daquele estado embrionário em que se encontrava já há dez anos, por Decreto de 13 de abril de 1972, a Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo designa a professora Ilara Luz Machado para “ter exercício junto ao Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, de Rio Claro, para montar, organizar e conservar o referido Museu”. O apoio recebido pela Professora Ilara Luz Machado da população Rio-clarense foi intenso, e os jornais entusiasmados teceram comentário elogiosos a respeito do sucesso do empreendimento.

A Prefeitura, por sua vez, enfrentou objetivamente o problema da restauração. Um desempenho intensivo a partir de abril de 1972 foi executado por servidores da Prefeitura Municipal de Rio Claro, sob a orientação da Professora Ilara, para que o Museu pudesse ser o mais rapidamente possível aberto ao público. (…)

Era a segunda restauração que sofria o “Sobrado da Baronesa”, a fim de instalar-se ali o Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”. (…)

Fonte: Rio Claro Sesquicentenária – Milton José Hussni Machado Luz

O centenário prédio que abriga o Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga passou por reformas e, portanto, esteve fechado ao público. Localizado na esquina da Rua 7 com Avenida 2, o Solar da Baronesa teve a primeira etapa de restauro concluída em 2005. Possui mais de 10 mil peças do acervo catalogadas.

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