Em 1853, o Padre Manoel Rosa de Carvalho Pinto, substituto do Padre Delfim da Silva Barbosa, construiu, em terreno de sua propriedade, uma Capela que foi denominada de Santa Cruz. Ela marcava o início do desenvolvimento do Bairro Santa Cruz, cujo crescimento é devido, em grande parte, ao fato de constituir-se em uma passagem para os tropeiros que passavam pela Rua Samambaia. As casas comerciais instalavam-se ao redor da praça da igreja: a Farmácia Santa Cruz, bares, assim como as primeiras residências começavam também a ser construídas.
Assim é descrito o bairro em 1887, no Relatório da Comissão Central de Estatística: “Separado do corpo da cidade por um pequeno riacho, há o Bairro Santa Cruz, espécie de arrabalde, que conta grande número de edificações novas e tem igreja. Desse ponto, lugar um pouco mais elevado, a vista espraia-se por vasto horizonte, devassando toda a cidade e seguindo as ondulações caprichosas do terreno, coberto de numerosas plantações de café e semeado aqui e ali de olarias e fábricas de cal”.
O Mercado Municipal, criado em 1897, impulsionou grandemente o desenvolvimento do Bairro Santa Cruz. O prédio era suntuoso para sua época. Apresentava três entradas, um pátio interno com um chafariz de água potável, todo rodeado de salas servidas de água encanada e esgoto. Estas eram alugadas aos diversos ramos de negócio: secos e molhados, açougues, botequins, além de possuir amplos balcões para o comércio de verduras e hortaliças e dependências para aves e animais de abate. Outro símbolo do crescimento do bairro foi a instalação do Grêmio Recreativo da Companhia Paulista de Estrada Ferro, fundado me 1906. A atividade comercial sempre foi característica da Rua 8, concentrando até hoje o movimento do bairro.
O Bairro Santa Cruz terminava na Rua Samambaia que fechava a Rua 9, colocando um limite físico e espacial ao seu desenvolvimento, tornando-a o limite entre os bairros Santa Cruz e Santana.
Carolina Doranti
Georgia Laubstein
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